Uma ficção “real” sobre o Opus Dei

Uma ficção “real” sobre o Opus Dei

O homem que acusou Deus, da autoria de Pedro Guerreiro Cavaco, é a mais recente aposta de ficção da editora Multinova. Uma obra que retrata o percurso de conversão de um advogado ateu que se vê envolvido com o Opus Dei, uma prelatura da Santa Sé que está sempre associada a teorias da conspiração e relatos estranhos e obscuros.
 
No entanto, esta não é uma obra como outra qualquer, conforme explicou o Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada no lançamento da obra que juntou quase uma centena de pessoas na Ordem dos Advogados em Lisboa. «A grande virtude da obra é mostrar as pessoas do Opus Dei como elas são. Atrevia-me a dizer que este livro é a antítese do Código Da Vinci, porque é um livro de romance baseado na realidade, enquanto o outro é uma fantasia que se diz baseada na realidade», afirmou o sacerdote.
 
Henrique Monteiro, antigo diretor do Expresso, escreveu o prefácio, mesmo sem conhecer pessoalmente o autor, e elogiou a abordagem sobre este tema já tão descrito em obras de ficção. «O que este livro traz são o tipo de questões que colocam as pessoas que não acreditam em Deus, e por isso acho que este livro pode reconfortar os crentes e por a pensar os que não são», diz, acrescentando que «há sempre uma parte autobiográfica em todos os romances, e este não é exceção». «Não sei como era o Pedro, mas penso que ele fez uma evolução espiritual cujo resultado está plasmado neste livro», afirmou.
 
Sobre a conversão de cada um, Henrique Monteiro, que se afirmou crente, mas não católico, defendeu que «uma pessoa só chega a compreender o que é a igreja Católica se for tocado pela Graça, e consiga um salto na fé. Há um encontro a meio caminho entre o ser escolhido e a pessoa caminhar nessa direção», sustentou.
 
Sobre isso, o Pe Gonçalo afirmou que «somos escolhidos porque escolhemos». «Ninguém procura a Deus que Ele não responda, mas Ele não obriga, não coage, e por isso só escolhe os que querem ser escolhidos», defendeu o sacerdote, que é membro do Opus Dei.
 
O autor, que é também ele membro do Opus Dei, referiu que «o que pretendi foi escrever um texto que me dissesse algo, mas que falasse verdade e eu não estivesse condicionado». «Lê-se tanto sobre a Opus Dei mas é tão irreal que senti necessidade de escrever a verdade. Não há dragões ou unicórnios, e o que procurei foi enaltecer a verdade sobre as instituições. Procurei a verdade e sobre ela escrevi», disse, confiante. 

«O homem que acusou Deus»  
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